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segunda-feira, 25 de abril de 2011

À Conversa com Freddy Valente

Dando seguimento ao espaço para pequenas conversas de café, eis que surge o convite e mais uma oportunidade. Trata-se do Freddy Valente! Pode estar a parecer repetitivo, hahah, mas como não podia deixar de ser, mais um amigo que tive o prazer de conhecer nos encontros do N.A.D.A. Além de partilharmos o vício por este mundo, somos naturais da mesma terra. ;)



Bart (B): Como e quando começou o interesse pela aquariofilia?

Freddy (F): Bem! A culpa é dos meus pais com certeza. Não me recordo bem da data, mas era eu muito novo e levaram um aquário lá para casa. Hoje posso dizer-te que era um kit da Aquapor, de 60cm com 1 filtro cascata. Como flora ainda mantive algumas plantas verdadeiras, mas como na altura não existia como aprender foi tudo trocado por artificiais. Fauna foi como todo o iniciante. Erros atrás de erros, guppys lá para dentro, uns limpa vidros a que hoje chamo de CAE, 1 limpa-fundos (Pleco).
Hoje sei os nomes, mas na altura eram uns peixitos. Mas o interesse foi aumentando e dava gozo reproduzir os guppys.
Lembro-me de uma prima ir comigo à loja levar crias e trazer em trocas fêmeas que via que estavam cheias. Uma das vezes, tinha ela um Fiat 127, parecia uma Street Race do filme Velocidade Furiosa, porque a fêmea começou a parir dentro do saco. Mantive aquários ate 2003, altura em que parti para uma experiência no estrangeiro, mas com o tempo, o que deixei acabou tudo por morrer. 
Já lá fora, o interesse e paixão foram aumentando, mas nunca montei nenhum por não sentir que tinha o tempo para me dedicar.
O tempo passou e em 2009 ofereceram-me 1 kit da Aquapor como prenda de aniversário. Como não queria cometer os mesmos erros do passado lá fui parar ao google onde encontrei fóruns e em especial um grupo de pessoas que se tornaram amigos de peixão que fazem parte do N.A.D.A. (Núcleo de Aquariofilia do Distrito de Aveiro) ao qual hoje pertenço com gosto. Neste momento posso dizer-te que não é um hobby, mas sim um vício, uma parte de mim.
Mantenho 4 aquários e 2 cubos. Como já referi, faço parte do N.A.D.A. e do Fórum Peixe Fauna, questões que me fazem orgulhoso.

(B): O que mais te cativa ou prende a este mundo e faz com que a aquariofilia já seja um vício?

(F):É muito simples. Ter o prazer de observar o Poder da Natureza todos os dias serve como momento de relaxamento.
Não esquecendo que exige dedicação para poder dentro dos possíveis dar um habitat mais natural possível aos animais, mas torna-se glamoroso poder ver nas nossas casas o dia-a-dia do mundo aquático. 


(B): Que tipo de recreação ou que habitat mais te fascina ver reproduzido numa urna de vidro e porque?


(F):Gosto de comunitários. Pode trabalhar-se bem um layout a nosso gosto, mas a nível de espécies não gosto de monotonia. 



(B): Quais as tuas espécies favoritas? Porquê?


(F):Bem. Não te posso dizer que tenho mesmo uma espécie de eleição, mas existem algumas que me despertam curiosidade e que acredito serão aquelas que irei manter no futuro. Falo de Corydoras Black Venezuela, pois além de serem lindas são oriundas do meu país, as Colisas pelo comportamento e coloração, os Blue German Ramirezi pela vivacidade e comportamento, e não posso esquecer a minha mascote, o meu Pleco. Mais espécies só mesmo com o tempo. 

(B): Sei que tens uma paixão por Corydoras. Que nos poderias contar a cerca das suas principais características?


(F):São peixes pacíficos, não se metem com ninguém, mas podem ser tidas como ameaça para peixes em época de reprodução como por exemplo os Ramirezis. Aquando da desova, o facto de as Corydoras não pararem em busca de alimento no substrato é tomado pelos Ramirezis como ameaça aos ovos e estes acabam por comê-los. Agora, basicamente as Corydoras são peixes de fundo, óptimas para qualquer tipo de aquário comunitário devido ao seu comportamento pacífico e por opinião pessoal acho que dão uma vida fantástica ao fundo dos aquários, na louca busca de alimento. Não acho que sejam peixes com uma alimentação específica, e acredito que a melhor dieta que se pode dar é deixa-las aproveitar os restos de comida que damos para os outros peixes. Lógico que também têm dias de festa, e não há nada melhor que umas pastilhas de fundo, mas muito raramente. Em relação a aspectos técnicos como família, sub-família e afins, não me irei pronunciar pois tenho conhecimento da existência de varias fichas técnicas sobre as mesmas. 


(B): Na Natureza onde as podemos encontrar?


(F):Bart! Tanto quanto sei podemos encontrá-las na América Latina, entre a Colômbia e Trinidad até à Baía de Rio de la Plata. 


(B): Quais os principais cuidados que devemos ter para as manter num aquário?

(F): A ter em atenção o facto de se tornarem peixes extremamente sensíveis em certas situações, como por exemplo, quando estão a crescer e na fase em que se preparam para a desova. Devemos então evitar as alterações dos valores de Ph, Nitratos, etc. Uma descida da temperatura não será preocupante, até porque pode dar origem a uma agradável surpresa.
De resto, evitar a acumulação de restos no fundo para que com esse mesmo excesso de oferta de comida não passem a ser vítimas de hidropsia, que é o nome dado à doença provocada por excesso de alimentação no estômago. 
O que acontece aqui, é que elas começam a inchar e morrem, podendo até, em certas ocasiões, observar-se 1 rasgo na barriga dos peixes derivado desta patologia.


(B): Sei que já tiveste sucesso na sua reprodução. Contas-nos um pouco sobre essa experiência?


(F):Bem. Foi algo que me deu muito gozo embora tenha acontecido numa altura em que profissionalmente o meu tempo era pouco. Mas basicamente segui as "instruções" de vários relatos de reproduções de sucesso e correu tudo 5 estrelas.
Não querendo alargar-me muito em aspectos técnicos, posso dizer que além do gozo deu algum trabalho e preocupação, pois depois de começares a ver os resultados de cada etapa, não queres por nada que um erro ponha tudo perigo.
Mas no final o resultado foi bom e não sabendo até hoje a totalidade dos que nasceram, e foram muitos, consegui resgatar cerca de 90. Dei portanto a esta mini- experiência nota 10, devido a relação condições/resultado 




(B): Quais as tuas favoritas dentro da espécie? 


(F):Sem dúvida alguma as Black Venezuela, não só por ter nascido lá, mas também porque as acho lindíssimas. 


(B): Que conselhos deixas para quem se está iniciar neste mundo da aquariofilia?


(F):Ter bastante calma, e fazer tudo segundo as regras. Primeiro devem recolher informações, na internet, e ainda mais hoje em dia que existem tantos fóruns de aquariofilia, como por exemplo o PeixeFauna.com. E sobretudo, saber esperar, não ter pressa em ter peixes no aquário só porque é bonito. Este é um dos hobbys que mais paciência e poder de observação requer, portanto saber aguardar é uma virtude neste


Freddy Valente
http://astronaddict.blogspot.com


Não posso deixar de agradecer ao Freddy pela colaboração e tempo despendido.


Um abraço e boa aquariofilia...

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