Páginas

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

As Cryptocorynes

Crypt. willisi e Crypt. parva

Cryptocoryne (Water trumpet) é um género com cerca de 50-60 espécies de plantas aquáticas monocotiledóneas, distribuídas na natureza, maioritariamente, pelas regiões tropicais da Ásia e Nova Guiné .

Uma curiosidade é que as Cryptocorynes partilham a mesma família - Araceae (aruns) - que os Jarros, que comummente mantemos nos nossos jardins ou canteiros em casa ou que podemos encontrar já a invadir alguns regueiros.
A primeira espécie Cryptocoryne foi descrita em 1779 como Arum spirale por Retzius . O género foi descrito por Friedrich Ernst Ludwig von Fischerem em 1828. No entanto, a classificação científica das espécies de Cryptocoryne é muito complicada e há opiniões diferentes sobre as mesmas. Lagenandra é outro género bastante próximo ao género Cryptocoryne, mas podem ser facilmente separados através da vernação, as Cryptocorynes são espermatófitas (diferenciada) e as Lagenandras são pteridófitas (circinada) .


Etimologia

Se a primeira parte da palavra é facil encontrar a sua origem e signigicado, o mesmo não posse dizer da segunda. Mas acredito que não deve ser muito diferente do que apresento:
A palavra tem origem do grego kruptós (escondido, secreto) e koryne (corne - instrumento musical de sopro, trompa)

Habitat e Manutenção
O tipo de habitats onde podemos encontrar Cryptocorynes são principalmente regueiros e rios de corrente não muito rápida, em florestas baixas. Elas também podem ser encontradas em poças de floresta sazonalmente inundadas ou em margens de rios submersos apenas na maré-alta. Embora o nome científico correcto do género seja Cryptocoryne, pode ser usado o diminutivo Crypts. O nome Inglês "Water Trumpet" refere-se às suas inflorescências, uma espátula fechada por um limbo (típico de toda a família), que se assemelha a um trompete.


Anatomia de uma flor de Cryptocoryne

Algumas Crypts comercializadas são normalmente cultivadas em aquários. Na sua forma submersa, as plantas reproduzem-se assexuadamente, plantas na forma emersa podem florir e reproduzem-se sexuadamente. Muitas espécies são cultivadas apenas por especialistas dedicados e são muito difíceis de manter e reproduzir, ou não estão presentes em numa cultura de todo. Outras estão mesmo ameaçadas, uma vez que os seus habitats naturais estão a desaparecer. Por outro lado, existem (ex. Cryptocoryne beckettii)  as que são plantas resistentes, fáceis de manter num aquário, propagando-se rapidamente, a tal ponto que chegaram a tornar-se uma espécie invasora, após serem introduzidas em habitats para onde foram levadas e comercializadas. Na verdade, algumas espécies, como Crypt. wendtii, citada entre as mais versáteis plantas de aquário, exigem baixa a moderada intensidade de luz (podendo crescer mais rápido com luz mais intensa), uma variação de temperatura entre 20 e 33 ° C, e pH levemente ácido ou neutro, embora elas se possam adaptar a pH mais elevados. Um substrato de media-pequena granolometria, 2-3mm, com alguma camada fértil, a adição de fertilização liquida e CO2 irão certamente ajudar a dar outra dinâmica, melhorar o aspecto e crescimento das crypts.

Ao contrario do que é aceite por grande parte da comunidade aquariofilista, elas vivem bem em águas calcárias. Plantas do género Cryptocoryne, espalhadas desde a Índia ate à Nova Guiné são encontradas em variadíssimas condições. Algumas são amantes de águas verdadeiramente ácidas, como C.Grabowski, encontrada em pântanos de turfa no Bornéu, enquanto outras, como C. balansae e C. pontiderifolia são encontrados em riachos com leitos de calcário - água dura e alcalina. Uma espécie, C. ciliata é encontrado mesmo em água salobra, em algumas áreas. É uma das poucas plantas de aquário que tolera concentrações de sal, que quase certamente matá outras plantas tropicais.

No seu habitat natural

Houve uma ampla revisão do género por Jacobsen e muitos aquariofilistas estão familiarizados com os nomes que foram mudados. As Cripts também têm algo de irritante (para os taxonomistas!) uma tendência para se cruzarem livremente na natureza e há um punhado de "espécies" encontradas na natureza, que são híbridos. Juntamente com o fato de que algumas espécies apresentam uma grande variabilidade (C. wendtii) e só podem ser devidamente identificadas pela espátula floral, o que torna difícil a identificação de algumas espécies apenas pela forma da folha.

As Cryptocorynes tem sido usadas na aquariofilia desde o séc.XVIII, contudo só na década de 1960 é que se chegou a ter mais de um punhado de espécies conhecidas, tornando-se nessa altura uma espécie mais comum no hobby. Novas espécies continuam regularmente a surgir, à medida que o interesse por estas plantas se amplia e mais expedições de recolha são realizadas.

Dada a sua popularidade no hobby, hoje podem ser encontradas nas floresta dos Estados Unidos, Jamaica e outros lugares. Texas e Florida ambos têm populações bem estabelecidas, consideradas espécies invasoras sem métodos conhecidos de controle.

Meltdown

Um fenómeno com que nos podemos deparar com alguma frequência, quando plantamos cripts numa montagem nova, em que a planta perde todas as suas folhas, como que derretendo-se. Parece haver duas causas possíveis para isso.
As rápidas mudanças parâmetros poderão provocar este fenómeno, como estas plantas parecem não se dar bem com mudanças, podendo algumas precisar até 30 dias ou mais para se estabelecerem e novas folhas crescerem. Aquariofilistas experientes costumam plantá-las apenas com 1-2 folhas mais recentes, para que as outras não acabem por poluir a água.
Outra situação deve-se ao facto de, em estado selvagem, as cripts crescerem total ou sazonalmente submersas, mas em viveiros Orientais serem frequentemente cultivadas emersas e o meltdown poderia ser desencadeado pela adaptação da forma emersa a submersas.

Alguns produtores optam por enviar o caule das Cryptocorynes, ou seja, sem as folhas para reduzir custos do transporte e porque as folhas serão perdidas de qualquer forma, uma vez plantadas no aquário.

Uma das que ainda não mantenho, mas que tenho de arranjar, Crypt. cordata blassii

São de facto uma das espécies de plantas aquáticas que eu mais aprecio. Mantenho algumas, poucas, espécies mas sempre que possível irei alargar o meu leque de espécies. Os verdadeiros amantes da espécie mantêm-nas em pequenas estufas, mantendo uma humidade alta, na forma emersa para as poder ver florir. Eu prefiro mesmo vê-las mergulhadas nos meus aquários.

Fontes: google images, wikipedia

Um abraço e boa aquariofilia...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...